O relatório “Pobreza e Exclusão Social em Portugal 2022”, disponível aqui, fornece uma análise detalhada da situação da pobreza e exclusão social em Portugal, com foco especial no impacto da pandemia de COVID-19 e outros fatores socioeconômicos. Aqui estão alguns pontos-chave mais detalhados:
- O relatório destaca que 29% das pessoas com rendimentos mais baixos e 39% dos desempregados apresentam sintomas de depressão moderada a grave. Isso é especialmente preocupante, pois a pandemia de COVID-19 e a subsequente crise econômica exacerbaram as dificuldades financeiras e de saúde mental para muitas pessoas.
- O fim da pandemia em 2022 foi marcado por um aumento nos preços da energia e por uma guerra em território europeu. O aumento do custo de vida em Portugal é visível e o aumento dos rendimentos mais baixos, como o salário mínimo nacional e as prestações sociais mais baixas, foi insuficiente para acomodar o aumento do custo de vida.
- O relatório também menciona que mais da metade da população portuguesa já sentiu a redução do seu nível de vida e prevê que esta redução continuará ao longo do próximo ano.
- Portugal registou o segundo maior aumento da pobreza ou exclusão social na União Europeia e uma grande proporção da população está a sentir as consequências da guerra no seu nível de vida.
- Em 2021, 11,3% da população já tinha muita dificuldade em gerir o seu orçamento familiar até ao fim do mês, 9,6% chegava ao fim do mês com dificuldade e 35% com alguma dificuldade. Menos da metade da população (cerca de 42%) afirmava não ter dificuldade em gerir o orçamento familiar até ao fim do mês.
- 31,1% da população não tinha capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada de cerca de 540€ sem recorrer a empréstimo.
- 16,4% da população em Portugal não tinha capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida. Os idosos isolados e as mulheres a viverem sozinhas são os que apresentam maior proporção de pessoas com esta incapacidade, realidade que atinge 28,4% e 27,5% destas populações respectivamente.
- O relatório também destaca que a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresenta a maior taxa de risco de pobreza ou exclusão social em 2021, com 28,9%. A Região Autónoma dos Açores (RAA) segue com 27,7%. No território continental, a Região Norte apresenta a maior vulnerabilidade com 25,8%, seguida pelo Algarve com 25,4%.
- O relatório conclui que o aumento da pobreza e da exclusão social e a degradação das condições de vida são ameaças reais aos valores europeus e à democracia. Aumentar a consciência sobre essas questões e tomar medidas para abordá-las é crucial para garantir a estabilidade e o bem-estar da população portuguesa.